28.2.10

Amar à si próprio?

Hoje, exatamente à 4:59 da madrugada de domingo, sinto-me à vontade para escrever.
O tempo está deveras agradável, um pouco frio, mas não tanto quanto  gostaria que estivesse. Estando só em meu trabalho, espero o horário para retornar à casa e descansar um pouco, e voltar  novamente no final da tarde de hoje. São 13 (treze) horas seguidas...
Fumando meu cigarro lá fora, fiquei pensando um pouco sobre o meu passado, sobre as pessoas que passaram pela minha vida e o que deixaram de bom e de ruim.
Uma bagagem que carrego, não sei se me é válida, não sei se realmente devo levá-la como um fardo.
Pensamentos desencadeados por lembranças.
A mente não pára...em nenhum instante.
Acho incrível como guardamos sensações, aromas, dores, e tudo o que sentimos em determinada situação de vida.
Somos seres inexplicáveis!
Somos capazes de destruir e reeguer qualquer coisa ou fato.
Somos capazes de criar e recriar.
Somos seres inteligentes.
Alguns dizem que usamos apenas 10% de nossa capacidade total...será?
A maioria inverte esses 10%  em total 99% de hipocrisia generalizada.
Quando as coisas em minha vida não dão certo (relacionamentos), e na condição de mulher, tomo o papel de frágil,  tendo que ouvir de amigos que o importante é eu me amar acima de tudo, por que se eu não me amar, ninguém o fará.
Francamente! O que falta afinal? Se não me amasse de fato, já teria dado cabo de minha vida!
E é claro que a perfeição não existe...
Pensando bem, existe a perfeição dos hipócritas, que consiste em esculpir o externo (silicones e afins) e esquecer-se por completo do interior de cada um de si.
Como (ainda bem!) não faço parte desta "classe", me amo do modo que sou...sempre.
Não vou me comportar da maneira que agrade aos outros, mas da maneira que me agrade e que faça com que me sinta bem!
Evidentemente não é a minha tendência ser uma pessoa desagradável...
Por exemplo: ao me levantar após uma noite de sono, a minha voz fica um pouco grave. E quem está comigo logo acha que estou com mal-humor.
Já é de praxe eu ter a expressão do rosto séria e fico sempre na minha, calada (isso é de família), e tenho que ouvir que sou anti-social, que sempre estou nervosa. Já até brigaram duramente comigo  por causa disso...e eu na tentativa de me explicar..
Mas NÃO adianta tentar explicar...
Sou simplesmente rotulada e não tenho o direito de me defender. Somente quem me conhece muito bem sabe que não é nada disso!
E até que me conheçam bem, leva um tempinho considerável.
Penso, logo desisto!
Vale a pena amar à si, quando os outros não querem nem saber?
Apenas te julgam e te apontam.
Esquecem de olhar para o próprio umbigo. Ou será que somente olham para o mesmo???
O que fazer então neste mundo de loucos insanos?
Amando-me, tenho o gostinho de uma particularidade só minha e que ninguém vai me roubar.
Mas para quê?
De que me serve tudo isso se a maioria prefere viver como um lobo, atacando ao seu semelhante sem dó?
Mais um enigma em minha quase-vida...
Já são 5:34!
Novamente sairei desta sala e irei até lá fora...
Pensar mais um pouco...olhar para o céu e ver a beleza que ainda nele existe.

...

5 comentários:

  1. Eu confesso que lí sua postagem umas 5 ou 6 vezes... ALgumas partes são "trasncrições" perfeitas de coisas que eu penso. Bom, dizem que amar a sí próprio ja basta, mas se bastasse pra que precisarioamos dos outros? Difícil saber...

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  2. Se amar a mim mesmo bastasse e confesso que estaria feliz... Mas certamente não basta, porque se bastasse eu não me sentiria atingido com os olhares de reprovação, com as ofensas, com as imcompreesões...

    "Vale a pena amar à si, quando os outros não querem nem saber?
    Apenas te julgam e te apontam.
    Esquecem de olhar para o próprio umbigo. Ou será que somente olham para o mesmo???
    O que fazer então neste mundo de loucos insanos?"

    compartilho da tua dúvida...

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  3. i caramba! eu voltei porque só um comentário não ia ser suficiente! é foda as vezes a gente chega a ter dúvidas se, ter consciencia de como o mundo geralmente é, é uma benção ou uma maldição. Porque embora seja bom ter noção de como as coisas são, ao mesmo tempo parece torturante ... enfim...

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  4. É! Enquanto não achamos a resposta, temos que fazer um esforço descomunal para não enlouquecermos...

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  5. É íncrível como vc parece me descrever em palavras; sobre aparentar ser antisocial. Sou uma concha. Sinto que sou difícil de abrir, mesmo quando quero conversar. É preciso esforço da outra parte. Para me entender, amar, conviver.
    E fico com essa imagem que na verdade nem é a minha: sempre de cara feia. No fundo sou gentil, e doce eu acho. Mas...não é tudo escancarado, gratuito assim. Meiga para poucos.

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