15.5.10


Aos que na vida se colocam num patamar de inalcançáveis,
Aos que na tragetória do destino se tornam bárbaros por pura excelência,
Aos que no rumo de tudo transformam-se como mutantes,
Lhes ofereço o meu lamento.

Na ponta do penhasco onde me encontro,
Posso enxergar tudo o que simplesmente deixei esvair pelos meus dedos,
Amores e fúteis paixões,
Desenganos e desapegos.

O frio que parece dilacerar até os pensamentos como uma lâmina virgem,
Rompe o silêncio que assombra minha alma,
Lanço um olhar assustado ao redor de tudo,
Mas, ainda sim, teimo em olhar para baixo.

A sensação de arrependimento me toma conta,
Mas o desdém me tem um controle ainda maior,
O relacionamento com meu luto eterno haverá de perdurar
Por mais que eu insista que ele não exista.

Não quero rimar nada com nada,
Não quero coexistir para agradar ninguém,
Não quero deixar de exprimir o que tenho,
Mesmo sabendo que nada possuo.

Do alto ainda sinto, ainda respiro, ainda prevejo.
Das profundezas do abismo onde coisas minhas estão
Consigo ouvir meus próprios gritos,
Consigo participar da devassidão.

Permito que minha mente viage até lá,
E que me traga um suspiro de satisfação,
Dessas coisas absurdas que me açoitaram tanto,
Mas que no fundo fazem falta, então.

Consegues ver agora o meu íntimo?

Eu não!




 ...(numa fria manhã de sábado, deixo que minhas mãos "pensem" por elas mesmas...)

Um comentário:

  1. "A esperança é o derradeiro mal, o pior dos males, porquanto dura o tormento" - Friedrich Niezstche -

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